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Bancos Estrangeiros Cobram Tarifas Menores |
Diferença na comparação com as instituições privadas nacionais é de 40% e
chega a 70% em relação às estatais
Os bancos estrangeiros cobram tarifas bancárias na média 40% mais baixas que as instituições nacionais privadas e 70% menores que as estatais.
Levantamento feito com base em uma cesta de tarifas escolhidas da relação oferecida pelo Banco Central (com dados atualizados até o fim de setembro) de 240 instituições mostra que, em
geral, os clientes brasileiros - pessoas físicas ou jurídicas - pagam mais para ser servidos pelos bancos públicos estaduais e, em seguida, pelos federais (Banco do Brasil e Caixa Econômica
Federal).
O Estado selecionou 12 tarifas de serviços para pessoas físicas e outras 13 para jurídicas, como ficha cadastral, talão de cheques, DOC, ordem de pagamento e exclusão do
cadastro de cheques sem fundo. No caso das pessoas físicas, a média cobrada pelos bancos de capital externo ficou 33% abaixo da média de todo o setor no País - R$ 54,73 ante R$ 73,30. No
caso das pessoas jurídicas, os estrangeiros também têm serviços mais baratos, com preços 53% inferiores aos da média das instituições que operam no País.
As instituições externas
têm acesso a recursos a custo menor, estrutura mais enxuta e despesas mais baixas, graças a seu porte, organização e presença limitada no País. Por sua estratégia de mercado (atendimento de
empresas e público de renda média ou alta) e disposição da rede de agências, sua clientela é selecionada. Logo, o fato de cobrar menos não significa que seria possível aos correntistas
simplesmente migrar para eles - os bancos de capital externo, com raras exceções, não têm a pretenção de atingir o grande público. É por isso que sua vantagem sobre os bancos nacionais
privados é ainda maior no relacionamento com as empresas.
Imprecisão- Os dados do BC não dão um retrato exato do mapa de tarifas dos bancos. Não são apontados os serviços mais
utilizados, para ponderá-los pelo porte do banco e sua penetração no mercado e, assim, permitir o conhecimento direto dos preços que a maioria dos brasileiros paga quando se torna cliente
de uma instituição. Não captam a prática usual de redução gradual dos serviços ou concessão da gratuidade de acordo com o volume de investimentos realizados pelos clientes. Quando compara
preços de serviços banco a banco, apresenta o valor máximo, que não é necessariamente o cobrado da maioria dos usuários.
Com essas ressalvas, a média dos preços pode ser um
indicador razoável dos custos médios pagos pelos clientes. Na comparação com bancos estaduais, os estrangeiros cobram quase a metade por um talão de cheques. E uma ordem de pagamento em uma
instituição privada nacional custa 30% menos que na média dos federais.
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/10/1997Por: José Roberto Campos
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